sábado, 13 de dezembro de 2014

Testemunha é beneficiada com R$ 50 mil em venda ilegal de lotes – confira

empresário Eduardo Magalhães Pinto, que se apresenta como presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Itanhangá, está entre as testemunhas da Operação Terra Prometida, deflagrada pela Polícia Federal em 27 de novembro, para desmantelar a organização criminosa que compra, vende e explora lotes destinados à reforma agrária. Entretanto, documentos obtidos com exclusividade pelo Rdnews mostram que o próprio denunciante foi beneficiado por transações ilegais envolvendo área pertencente à União.
O “Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóvel Rural” firmado em 22 de março de 2010 comprova que Eduardo vendeu área de 14,68 hectares, remanescente do lote 455 do assentamento PA em Itanhangá, pelo valor de R$ 70 mil. O comprador Aparecido Mendes da Silva entregou uma caminhonete S-10 avaliada em R$ 50 mil e quitou os outros R$ 20 mil em setembro de 2011.
Outro documento de “Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda e Transferência de Bens, Direitos e Obrigações” mostra que a área rural foi comprada por Eduardo em 27 de fevereiro de 2007. O proprietário Enoque Jaconi recebeu R$ 20 mil pelo lote, com entrada de R$ 7 mil além de três parcelas de R$ 4.330 com quitação total somente em 2009.
O curioso é que Eduardo, que lucrou R$ 50 mil com a negociação, chegou a dar entrevista para emissora de TV denunciando a pressão dos proprietários de terra da região para adquirir lotes da reforma agrária. Na reportagem exibida no último dia 3, o empresário declarou que apenas 5% dos beneficiários que receberam terras do Incra permanecem nos lotes.
No dia seguinte, logo após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região ter concedido o habeas corpus que resultou na soltura dos 33 presos pela Operação, Eduardo Magalhães Pinto registrou boletim de ocorrência relatando ameaças. Segundo a denúncia, a testemunha recebeu telefonema de número não identificado, mas o autor ficou em silêncio no outro lado da linha.
Sob proteção policial, peça-chave da operação da PF diz receber ameaças
Além disso, Eduardo relatou ter sido informado por conhecido que participantes de grupo no aplicativo de celular whatsapp planejavam matá-lo. Os suspeitos também estariam trocando informações sobre sua esposa, proprietária do Mercado Ouro e Prata, que funciona na área central de Itanhangá.
De todo modo, a Superintendência da Polícia Federal investiga além de Eduardo Magalhães Pinto e outras duas testemunhas, ameaças de morte sofridas pelo delegado Hércules Ferreira Sodré, pelo juiz federal de Diamantino Fábio Fiorenza e pela procuradora da República, Ludmila Bortoleto Monteiro que coordenam a Operação Terra Prometida. O autor das ameaças seria um rapaz que reside em Itanhangá e tem envolvimento com assaltos a banco na modalidade “novo cangaço”. Os levantamentos preliminares da PF indicam que o suspeito agiu a mando de três fazendeiros citados na operação, incluindo um foragido.
O assentamento PA tem 115 mil hectares e é o segundo maior da América Latina. Originalmente, era dividido em 1.149 lotes que segundo a Polícia Federal foram, em quase sua totalidade, unidos para a formação de latifúndios para lavoura mecanizada.
PF investiga ameaça de morte contra delegado, juiz federal e procuradora
Outro Lado
Rdnews tentou contato com Eduardo Magalhães Pinto. A testemunha não atendeu nem retornou aos telefonemas até a publicação desta reportagem.
Confira, abaixo, os documentos que comprovam as transações ilegais envolvendo Eduardo Magalhães Pinto.

PERFUMES

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